quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Cão hermafrodita sofre cirurgia no Reino Unido

Animal de dois anos foi operado para retirada da genitália masculina

por Redação Galileu
Uma mutação genética incomum em um cachorro foi registrada no Reino Unido quando os donos do animal descobriram que o bull terrier havia nascido com os órgãos genitais masculinos e femininos.
Editora Globo
Dono do animal optou por manter os órgãos genitais femininos
O cachorro, batizado de Saira, atualmente tem dois anos de idade e sofreu uma cirurgia para ficar apenas com a genitália feminina. Seu dono, Jon Conchie, afirmou ao jornal britânico Daily Mirror que não fazia ideia que seu animal de estimação era hermafrodita até uma consulta de rotina no veterinário.
O veterinário Richard Weston, responsável pelo tratamento de Saira, afirmou que nunca havia visto um cachorro hermafrodita em mais de 30 anos de atendimentos. De acordo com o veterinário James Weston, filho de Richard, "Saira agora poderá viver uma vida normal e inclusive ter filhotes". A mutação genética é tão rara que não existem estatísticas sobre o fato no Reino Unido.

Fonte: Revista Galileu

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Descoberta de arqueólogos israelenses coloca em xeque teorias sobre a origem do Homo sapiens


Dentes com mais de 400 mil anos de existência podem indicar que o homem moderno não surgiu na África

Arqueólogos israelenses anunciaram nesta segunda-feira a descoberta do que pode ser a mais antiga evidência da existência do homem moderno, o que pode alterar as teorias sobre a origem do Homo sapiens.
Uma equipe da Universidade de Tel-Aviv encontrou, em uma gruta no centro do país, dentes que podem ser de Homo sapiens e que têm pelo menos 400 mil anos de existência. Até então, os vestígios mais antigos do homem moderno tinham, no máximo, a metade desta idade.
— É muito emocionante chegar a esta conclusão. Isso muda todo o panorama da evolução — afirma o arqueólogo Avi Gopher, cuja equipe examinou o achado com aparelhos de raios-X e tomografia computadorizada.
No entanto, o cientista indicou que é necessária uma investigação mais detalhada para fortalecer sua afirmação. Atualmente, a teoria mais aceita sobre a origem do homem moderno diz que os Homo sapiens se originaram na África e migraram para fora do continente. Para Gopher, se os restos encontrados pela sua equipe forem mesmo de Homo sapiens, a espécie pode ter surgido no território que hoje corresponde a Israel, e não na África.
Fonte: Zero Hora

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Aumento no número dos casos de aids entre jovens preocupa o Ministério da Saúde

Cerca de 20% dos 33 mil novos casos registrados anualmente no país representam a faixa etária de 13 a 29 anos

O aumento no número dos casos de aids entre a população jovem no Brasil tem preocupado o Ministério da Saúde. Em um bate-papo com internautas pelo Twitter, o diretor adjunto do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis do Ministério, Eduardo Barbosa, afirmou que cerca de 20% dos 33 mil novos casos registrados anualmente no país representam a faixa etária de 13 a 29 anos.

— Temos cerca de 7 mil jovens recebendo medicação para controlar a doença, mais um número três ou quatro vezes maior destas pessoas que não sabem que convivem com a doença — explicou Barbosa.

Um dos problemas que afetam o aumento da incidência de HIV em jovens é a falta de conversa com pais e educadores:

— Falar de saúde sexual, por vezes, é encarado como estímulo ao inicio da vida sexual. Nós não podemos ter educadores que prejudiquem a educação dos nossos jovens e adolescentes devido a suas crenças morais — disse, ao acrescentar que deve-se adaptar a linguagem para a realidade de cada faixa etária.

Para reverter este quadro, o foco da campanha "O Preconceito como Aspecto de Vulnerabilidade ao HIV/aids", lançada nesta quarta-feira pelo Ministério da Saúde para marcar o Dia Mundial de Luta contra a aids, são jovens brasileiros de 15 a 24 anos.

Atualmente, cerca de 630 mil pessoas vivem com HIV no país, mas nem todas sabem que portam o vírus.
ZEROHORA.COM
Pelo Twitter, Eduardo Barbosa, afirmou que cerca de 20% dos 33 mil novos casos registrados anualmente no país representam a faixa etária de 13 a 29 anos - Twitter, Reprodução / clicRBS
Pelo Twitter, Eduardo Barbosa, afirmou que cerca de 20% dos 33 mil novos casos registrados anualmente no país representam a faixa etária de 13 a 29 anos
Foto:Twitter, Reprodução / clicRBS

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Estudo de DNA revela que malária surgiu com gorilas

Agência Fapesp
SÃO PAULO - Sabe-se que os chimpanzés são a fonte do vírus HIV-1, principal causa da aids, e suspeitava-se que eles também fossem o reservatório de origem do Plasmodium falciparum, parasita que causa a forma mais severa de malária. Mas um novo estudo indica outro primata: o gorila.
Reuters/T. Breuer/Wildlife Conservation Society
Reuters/T. Breuer/Wildlife Conservation Society
Foi achado plasmódio em gorilas-do-ocidente e chimpanzés
A conclusão está em um artigo publicado como destaque de capa na edição desta quinta-feira, 23, da revista Nature. Weimin Liu, da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, e colegas de diversos países analisaram cerca de 3 mil amostras de fezes colhidas em diversos locais da África Central.
Foram identificadas infecções por plasmódio em gorilas-do-ocidente (Gorilla gorilla) e em chimpanzés (Pan troglodytes), mas não em gorilas-do-oriente (Gorilla beringei) ou em bonobos (Pan paniscus).
O estudo demonstrou que os parasitas de malária do gorila-do-ocidente, a espécie mais comum do gênero Gorilla, são as que mais se aproximam do parasita que atinge o homem.
Os pesquisadores observaram que infecções por plasmódio em primatas são altamente prevalentes, bastante distribuídas e quase sempre resultado de várias espécies de parasitas.
Análises de mais de 1,1 mil sequências genéticas mitocondriais e nucleares de gorilas e chimpanzés revelaram que 99% estavam agrupadas em seis linhagens específicas de hospedeiros, que representam espécies distintas de Plasmodium dentro do subgênero Laverania.
Os pesquisadores descobriram que uma das linhagens, encontrada em gorilas-do-ocidente, continha parasitas praticamente idênticos ao Plasmodium falciparum. “Os resultados indicam que o P. falciparum tem origem em gorilas, e não em chimpanzés, bonobos ou antigos humanos”, afirmam os especialista no artigo.

Fonte: www.estadao.com.br/noticias

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Ancestral do HIV tem pelo menos 32 mil anos, diz estudo


Pesquisadores investigam o surgimento do vírus no símios para entender como ele se transferiu aos humanos

The New York Times
Gorilas no parque nacional de Virunga, na República Democrática do Congo
Gorilas no parque nacional de Virunga, na República Democrática do Congo (Brent Stirton/Staff/Getty)
Numa descoberta que lança nova luz sobre a história da Aids, cientistas descobriram evidências de que o ancestral do vírus que causa a doença tem ocorrido em macacos e símios pelo menos há 32 mil anos – e não apenas há algumas centenas de anos, como anteriormente se pensava.

Isso significa que os seres humanos foram expostos muitas vezes ao SIV (o vírus da imunodeficiência em símios), pois caçam macacos há milênios, arriscando a se infectar cada vez que um açougueiro preparava a comida. E essa suposição, por sua vez, complica uma questão que tem atormentado os cientistas que estudam a Aids durante anos: o que aconteceu na África no começo do século 20 para permitir que a doença se transferisse de macacos para humanos, mudando para tornar-se mais facilmente transmissível e, em seguida, explodir como um dos maiores assassinos da história, que já ceifou 25 milhões de vidas até agora?

Entre as teorias dos pesquisadores estão o crescimento das cidades africanas e a proliferação de seringas baratas.

A confirmação de que o vírus é muito antigo ajuda a explicar porque ele infecta quase todos os macacos africanos, que não ficam doentes. Ao longo de gerações, como qualquer doença, mata as vítimas mais vulneráveis, mas os contaminados se adaptam a ela.

A nova pesquisa, publicada na revista Science, foi relativamente simples. Os cientistas testaram 79 macacos de Bioko, uma ilha vulcânica ao largo da costa oeste africana. Boiko era o final de uma península ligada ao continente onde hoje fica Camarões, mas se separou quando o nível do mar subiu, 10 mil anos atrás, no final da última era glacial.

Desde então, seis espécies de macacos evoluíram isolados na ilha, e os cientistas do Centro Nacional de Pesquisas de Primatas, na Louisiana, e outras universidades nos Estados Unidos e na África constataram que quatro espécies tinham membros infectados com o SIV.

As quatro cepas nas quatro espécies são geneticamente muito diferentes – o que significa que provavelmente não vieram de macacos levados para a ilha por humanos em séculos recentes. Mas cada cepa tinha membros infectados dos mesmos quatro gêneros no continente, o que significa que elas existiam antes de Bioko ser isolada.

Sabendo que cada cepa tinha pelo menos 10 mil anos, os cientistas recalcularam o "relógio molecular" do vírus, medindo a velocidade das mutações. Eles acreditam que todas as cepas do SIV que infectam macacos através da África vieram de um ancestral comum, entre 32 mil e 78 mil anos atrás. "Sabia que os dados anteriores não poderiam estar certos, porque o vírus havia se espalhado a partir do Atlântico para o Oceano Índico e para o extremo sul do continente, e não poderia ter feito isso em poucas centenas de anos", disse Preston Marx, virologista do Centro de Primatas.

Beatrice Hahn, virologista da Universidade do Alabama e uma das descobridoras do vírus símio, chamou o estudo de "um documento muito bom", e acrescentou: "Isso é o que pessoas como nós estamos procurando". Métodos anteriores de datação do vírus tinham concluído que ele tinha entre poucas centenas de anos a 2 mil anos "e isso simplesmente não parecia certo", disse Hahn. O vírus ancestral pode ter existido por milhões de anos.


http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/estudo-afirma-que-ancestral-do-hiv-tem-pelo-menos-32-mil-anos

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Epidemia de cólera assola oeste africano após chuvas espalharem a doença

Epidemia de cólera assola oeste africano após chuvas espalharem a doença

Nigéria vive pior surto em 19 anos; casos chegam a outros países, como Camarões, Chade e Níger

10 de setembro de 2010 | 17h 57
GANJUWA (NIGÉRIA)- Pacientes se amontoam em clínicas rudimentares na Nigéria e trabalhadores usam máscaras cirúrgicas contendo uma solução antibacteriana à medida que o governo tenta conter uma epidemia de cólera que já matou cerca de 800 habitantes em dois meses e deixou outros 13 mil doentes, segundo o Ministério da Saúde local.
Sunday Alamba/AP
Sunday Alamba/AP
Cerca de 800 nigerianos morreram nos últimos 2 meses
A pior epidemia de cólera dos últimos 19 anos na Nigéria - em 1991, 7.654 pessoas morreram, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) - está se espalhando para outros países, como Camarões, Chade e Níger, onde já matou outras centenas de pessoas.
Em uma maternidade e em um hospital na vila rural de Ganjuwa, no norte nigeriano, pacientes sofrem com sintomas como diarreias severas provocadas pela cólera. E os médicos tentam salvar as crianças reidratando-as por via intravenosa.
Como mais e mais pacientes ocupam os leitos das enfermarias, os médicos tiveram de acomodá-los em câmaras e corredores de concreto rodeados por dejetos humanos.
Em vilas como Ganjuwa e cidades de toda a África Ocidental, a falta de água potável tem favorecido o aparecimento de doenças bacterianas transmitidas pela água, como a cólera.
Chuvas sazonais transportaram lixo para esgotos que escoam em poços próximos, contaminando várias famílias. "Essas áreas tornam-se terreno fértil para a cólera", diz Chris Cormency, funcionário do Unicef que monitora a epidemia.
Cormency afirma que a doença começou na Nigéria e, em seguida, se espalhou para o Camarões, onde mais de 300 pessoas morreram e 5 mil ficaram doentes. No Chade, mais de 40 morreram e 600 estão enfermos. Em relação ao Níger, ainda não está claro quantas pessoas foram afetadas.
Depois que uma pessoa foi encontrada com cólera em um trem em Camarões, outras 1.500 pessoas a bordo entraram em pânico. Os responsáveis de Saúde deram antibióticos aos passageiros e tentaram descontaminar o trem, segundo a imprensa do país.
A doença é facilmente prevenida com água potável e saneamento básico, mas, em lugares como a África Ocidental, essa infraestrutura ainda é rara em vilas e favelas.
Na Nigéria, quase metade dos 150 milhões de habitantes não tem acesso a água potável e saneamento adequado, de acordo com a OMS, apesar de o governo arrecadar bilhões de dólares por ano como um dos principais exportadores de petróleo da África.
Oficiais da Cruz Vermelha têm distribuído uma mistura em pó para famílias em Ganjuwa, além de dar conselhos sobre a epidemia. Na cidade de Bauchi, o maior hospital do Estado tem uma clínica composta por profissionais da entidade Médicos Sem Fronteiras, onde mais de cem doentes estão sendo tratados.
Segundo as autoridades, muitos outros pacientes estão recebendo tratamento em clínicas locais ou em casa em vários Estados do norte nigeriano.
Para combater a cólera, voluntários aplicam pulverizadores - que contêm uma solução de cloro para matar as bactérias - nas estreitas ruas de terra de Ganjuwa. As equipes também jogam pastilhas de cloro em poços.
No entanto, o cloro desaparece com o tempo, deixando os poços novamente suscetíveis à doença. Além disso, as chuvas ainda não pararam.

http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,epidemia-de-colera-assola-oeste-africano-apos-chuvas-espalharem-a-doenca,608070,0.htm

sábado, 11 de setembro de 2010

Segundo caso de raiva humana é confirmado no Ceará


 Homem foi atacado por uma cadela que nunca havia sido vacinada     Foi confirmado o segundo caso do ano de raiva humana no país. No Ceará, um homem de 26 anos foi mordido pela cadela que criava em casa e nunca havia sido vacinada contra a doença. Em junho, no Rio Grande do Norte, outra pessoa contaminada morreu após ser atacada por um morcego infectado. Na última década, o Ministério da Saúde registrou 575 casos de raiva humana, que é transmitida principalmente por morcegos, cães e gatos. Até hoje, apenas uma pessoa do país sobreviveu à enfermidade. Desde Abril, 17 estados e o Distrito Federal estão em campanha para a vacinação antirrábica de cães e gatos.
    Graças às ações de prevenção, nos últimos 10 anos, os casos de raiva humana diminuem de forma gradativa. Em 1990, 73 pessoas morreram em decorrência da doença. No ano passado, apenas duas foram contaminadas e não resistiram aos sintomas. Mais de 80% dos casos contabilizados nesse período concentram-se no Norte e Nordeste do país. Por esse motivo, o Ministério da Saúde realiza duas campanhas de vacinação antirrábica por ano nessas regiões.
    O caso mais recente de raiva humana foi registrado no litoral oeste do Ceará, no município de Chaval. Em agosto, um homem foi mordido por uma cadela criada por ele em casa. Após apresentar os primeiros sintomas — febre, agitação psicomotora, excesso de saliva e aerofobia —, o paciente foi internado no Hospital São José. Depois da confirmação do diagnóstico, a equipe do hospital iniciou um tratamento inspirado em procedimentos anteriores que surtiram efeito.
    A raiva é uma doença infecciosa que atinge todos os mamíferos, inclusive o homem. É transmitida quando o vírus presente na saliva do animal infectado penetra no organismo da pessoa sadia, geralmente por meio de mordida, arranhão ou lambida em região lesionada. Os primeiros sintomas da doença nos animais estão associados a mudanças de comportamento — medo sem motivo aparente, inquietação, agressividade e hiperatividade ou melancolia, e sonolência exagerada. No segundo estágio, destacam-se os sintomas relacionados à paralisia da laringe e da faringe — salivação abundante e queixo caído. Os animais que apresentam essas características devem ser isolados e atendidos por funcionários do Centro de Controle de Zoonoses ou da Secretaria de Saúde. A pessoa que é atacada por qualquer animal com sintomas de raiva deve lavar o local da ferida imediatamente com água e sabão, e procurar um profissional de saúde para a indicação de profilaxia antirrábica.
Notificação
    O principal responsável pela disseminação da doença é o morcego, cuja presença deve ser notificada aos órgãos de saúde e de agricultura, responsáveis pelo controle e pela prevenção de zoonoses. "A forma mais eficiente de evitar o contágio da doença em humanos é por meio da vacinação de cães e gatos", explica o especialista em infectologia do Hospital Regional da Asa Sul Bruno Vaz. Em 2009, mais de 23 milhões de animais foram imunizados. Segundo o Ministério de Saúde, a campanha deste ano teve início em junho e cerca de 1,3 milhão de cães e gatos foram vacinados até o último dia 4.
    Devido à morte de sete animais após sofrerem reação grave à vacina, a Secretaria de Saúde de São Paulo suspendeu a campanha no estado. O Ministério investiga outros 72 casos de reações fortes à medicação. Mesmo se confirmados, a taxa de letalidade será considerada baixa — 0,009% em gatos e 0,003% em cães.


Fonte: Correio Braziliense

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Visita especial!

Oi gente,
Sábado (21/08) tivemos aula, mas foi muito bom. A oitava série trabalhou no laboratório e recebemos a visita do nível I e II. Aproveitamos  a oportunidade, uma vez que não conseguimos nos encontrar nos dias "normais" por estarmos em turnos diferentes.
Os pequenos olharam tudo com curiosidade.

domingo, 15 de agosto de 2010

Nova espécie de macano é descoberta na floresta amazônica

Nova espécie de macaco é descoberta na floresta amazônica

Com cerca de 250 indivíduos na natureza, o Callicebus caquetensis já está ameaçado de extinção

O Callicebus caquetensis, nova espécie de macaco sauá descoberta na Colômbia O Callicebus caquetensis, nova espécie de macaco sauá descoberta na Colômbia (Divulgação)
Os primeiros indivíduos da nova espécie foram achados em cativeiro, criados como animais de estimação
Foi anunciada nesta-quinta a descoberta de uma nova espécie de macaco sauá (ou macaco titi, em inglês), batizado de Callicebus caquetensis. O primata foi visto pela primeira vez em 2008 por uma equipe do departamento de biologia da Universidade Nacional da Colômbia, em Bogotá.
Os primeiros macacos foram achados em cativeiro, criados como animais de estimação por moradores da região de Caquetá, perto da fronteira com Peru e Equador. A espécie já surge extremamente ameaçada. Os pesquisadores estimam que existam apenas 250 indivíduos, que vivem em uma área menor que 100 km2.
A região onde foi feita a descoberta era foco da ação de guerrilhas até bem pouco tempo, o que dificultou a pesquisa. Hoje, a sobrevivência dos animais está ameaçada pela perda de seu habitat para a agricultura. Os responsáveis pela descoberta recomendaram a criação de reservas especiais para os macacos.
Callicebus caquetensis tem o mesmo tamanho que um gato doméstico. Outras espécies de macacos sauá vivem na Amazônia brasileira e na Mata Atlântica.

Fonte: site Veja

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O misterioso "peixe humano

O misterioso ‘peixe humano’

Considerado um dos animais mais peculiares da natureza, o proteus continua a intrigar os cientistas. Além da pele rosada que lhe rendeu a comparação aos humanos, o anfíbio cego de 20 gramas consegue – ainda não se sabe como – atingir até 100 anos de vida.
Por: Larissa Rangel
Publicado em 10/08/2010 | Atualizado em 10/08/2010
O misterioso ‘peixe humano’
Um par de proteus numa caverna na Eslovênia: existente apenas no sul da Europa, o anfíbio é exclusivamente aquático e diferente de qualquer outra espécie. Apesar de pesar apenas 20 gramas, consegue chegar aos 100 anos de idade (foto: Boštjan Burger).
O proteus (Proteus anguinus) é um anfíbio cego que vive nas águas subterrâneas de cavernas do sul da Europa. Por conta de sua pele rosada e sua forma tubular, ganhou o apelido de ‘peixe humano’. O seu nome, inspirado na mitologia grega, remete ao deus marinho que possuía cabeça e tronco humanos e o resto do corpo em forma de serpente – assim como a salamandra.
Mas não é apenas sua aparência que vem despertando a curiosidade dos cientistas. O ecólogo Yann Voituron, da Universidade Claude Bernard, na França, acaba de lançar um artigo no periódico Biology Letters levantando possíveis razões para a impressionante longevidade do animal – que pode chegar aos 100 anos.
“Hoje, com 60 anos, as salamandras aquáticas não apresentam qualquer sinal de velhice”
O proteus pertence à ordem Caudata, família dos Proteídeos, gênero Proteu. É a única espécie de seu gênero, e o único representante europeu da família dos Proteídeos.
Segundo Voituron, a espécie vem sendo estudada há cinquenta anos numa caverna artificial que imita seu habitat com fidelidade. O objetivo era evitar caçá-la, já que é tão rara. Na época, os primeiros indivíduos do ambiente tinham 10 anos de idade. “Hoje, com 60 anos, as salamandras aquáticas não apresentam qualquer sinal de velhice”, garante o pesquisador.

Mistério da longevidade

Proteus
A pele rosada e o corpo em formato tubular garantiram ao proteus a aparência bizarra e o apelido de ‘peixe humano’ (foto: CNRS).
Em geral, há uma relação direta entre a massa e a expectativa de vida de um animal, como indica o fato de que um elefante consegue atingir muitos anos a mais que um rato. Segundo Voituron, de acordo com essa lógica, o proteus deveria pesar 35 quilos – e não apenas suas 20 gramas.
O paradoxo não para por aí. O metabolismo do animal não é tão lento assim, o que poderia favorecer a vida longa; e ele também não possui nenhum sistema de proteção antioxidante. Sua longevidade poderia, então, ser explicada pela falta de predadores, que torna sua sobrevivência muito mais fácil – mas não a ponto de estender sua sobrevida a um século. 
Outro ponto observado pela equipe é a vida preguiçosa do ‘peixe humano’. Ele come apenas uma vez por mês e não precisa correr para fugir e, dessa forma, consegue manter sua taxa metabólica estável.
‘Peixe humano’ come apenas uma vez por mês e não precisa correr para fugir
A terceira teoria, a novidade introduzida no artigo, está relacionada à funcionalidade das mitocôndrias, área de estudo de Voituron.
A sugestão é de que os proteus conseguem produzir mais energia celular com menos oxigênio, a partir de um mecanismo extra-eficiente, que emite poucos radicais livres. “Ao produzir mais energia, desprendendo menos radicais livres, é possível evitar o envelhecimento”, explica o pesquisador.
Ainda este ano, sua equipe pretende realizar experimentos com o apoio de gerontologistas, que estudam fenômenos do envelhecimento humano. Porém, Voituron ressalta: “Ainda há muito a entender sobre esse misterioso animal, e nós temos mais perguntas que respostas quanto aos reais motivos de sua vida tão longa”.

Larissa Rangel
Ciência Hoje On-line

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Quem dorme até tarde não é vagabundo, diz ciência


Segundo neurologistas, o que essas pessoas têm é distúrbio do sono atrasado

por Bruna Bernacchio
Shutterstock
Pessoas com o gene da "verpertilidade" têm predisposição para acordar tarde
Alvo de críticas de familiares e amigos, quem gosta de ficar na cama até a hora do almoço pode ter um motivo científico para a "vagabundagem": o distúrbio do sono atrasado. O assunto foi um dos temas abordados no 6º Congresso Brasileiro do Cérebro, Comportamento e Emoções, que aconteceu recentemente em Gramado.
O organismo humano tem um ciclo diário, de modo que os níveis hormonais e a temperatura do corpo se alteram ao longo do dia e da noite. Depois do almoço, por exemplo, o corpo trabalha para fazer a digestão e, conseqüentemente, a temperatura sobe, o que pode causar sonolência.
Quando dormimos, a temperatura do corpo diminui e começamos a produzir hormônios de crescimento. Se dormirmos durante a noite, no escuro, produzimos também um hormônio específico chamado melatonina, responsável por comandar o ciclo do sono e fazer com que sua qualidade seja melhor, que seja mais profundo.
>> Teste de papel examina fígado
>> Brasileiro faz gadget que avalia visão
Pessoas vespertinas, que têm o hábito de ir para a cama durante a madrugada e dormir até o meio dia, por exemplo, só irão começar a produzir seus hormônios por volta das 5 da manhã. Isso fará com que tenham dificuldade de ir para a cama mais cedo no outro dia e, consequentemente, de acordar mais cedo. É um hábito que só tende a piorar, porque a pessoa vai procurar fazer suas atividades durante o final da tarde e a noite, quando tem mais energia.
O pesquisador Luciano Ribeiro Jr. da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), especialista em sono, explica que esse distúrbio pode ser genético: "Pessoas com o gene da ‘vespertilidade’ têm predisposição para serem vespertinas. É claro que fator social e educação também podem favorecer”. Mas não se sabe ainda até que ponto o comportamento social pode influenciar o problema.
A questão, na verdade, é que o vespertino não se encaixa na rotina que consideramos normal e acaba prejudicado em muitos aspectos. O problema surge na infância. A criança prefere estudar durante a tarde e não consegue praticar muitas atividades de manhã. Na adolescência, a doença é acentuada, uma vez que os jovens tendem a sair à noite e dormir até tarde com mais frequência.
A característica vira um problema quando persiste na fase adulta. “O vespertino é aquele que já saiu da adolescência. Pessoas acima de 20 anos de idade que não conseguem se acostumar ao ritmo de vida que a maioria está acostumada”, diz Luciano. Segundo ele, cerca de 5% da população sofre do transtorno da fase atrasada do sono em diferentes graus e apenas uma pequena parcela acaba se adaptando à rotina contemporânea.
O pesquisador conta também que, além do preconceito sofrido pelos pais, professores e, mais tarde, pelos colegas de trabalho, o vespertino sofre de problemas psiquiátricos com maior frequência: depressão, bipolaridade, hiperatividade, déficit de atenção são os mais comuns. Além disso, a privação do sono profundo, quando sonhamos, faz com que a pessoa tenha maior susceptibilidade a vários problemas de saúde: no sistema nervoso, endócrino, renal, cardiovascular, imunológico, digestivo, além do comportamento sexual.
O tratamento não envolve apenas remédios indutores do sono, como se fosse uma insônia comum. É necessária uma terapia comportamental complexa, numa tentativa de mudar o hábito, procurando antecipar o horário do sono. Envolve estímulo de luz, atividades físicas durante a manhã e principalmente um trabalho de reeducação.
E as pessoas que têm o hábito de acordar às 4 ou 5 horas da manhã? “O lado oposto do vespertino é o que a gente chama de avanço de fase. Só que esse não tem o problema maior no sentido social. Ele está mais adaptado aos ritmos sociais e profissionais. Os meus pacientes deste tipo têm orgulho, já ouvi mais de uma vez eles dizendo ‘Deus ajuda quem cedo madruga’”, diz o neurologista.

Site da revista Galileu

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Vulcões

Pode-se prever uma erupção vulcânica?

Quando um vulcão entra em atividade, o alarme é imediato. Historicamente, erupções são associadas a grandes tragédias. Mas elas não poderiam ser detectadas previamente, evitando piores consequências? Uma especialista responde.
Por: Marcia Ernesto
Publicado em 03/06/2010 | Atualizado em 03/06/2010
 Pode-se prever uma erupção vulcânica?
O vulcão Soufrière Hills, na ilha Montserrat, no Caribe, no registro feito em outubro de 2009 pela equipe a bordo da Estação Espacial Internacional (foto: Nasa – CC BY-NC).
[Pergunta enviada por Bruno Cidano, por correio eletrônico]
Apesar da grande preocupação e do empenho dos vulcanólogos, ainda não é possível prever exatamente quando ocorrerá uma erupção vulcânica. Entretanto, alguns sinais podem ser indicativos de alguma atividade próxima.
Antes de uma erupção, o magma se concentra em áreas abaixo do vulcão, chamadas reservatórios, onde ele se move produzindo vibrações, ou seja, pequenos terremotos. Esse mesmo movimento pode provocar o desabamento das encostas do cone vulcânico. À medida que o magma se aproxima da superfície, libera gases que podem ser detectados em regiões próximas do vulcão.
Como os vulcões entram em atividade em intervalos de centenas a milhares de anos, eles não são continuamente monitorados
A análise desses gases permite verificar se há variação na sua quantidade e composição. O movimento do magma, porém, pode não resultar em erupção. Ao invés disso, ele pode esfriar e se solidificar na subsuperfície.
Como os vulcões, em geral, entram em atividade em intervalos de centenas a milhares de anos, eles não são continuamente monitorados, mesmo porque essa prática envolve alto custo e nem sempre se repete o mesmo padrão em diferentes erupções.
No entanto, quando o vulcão emite indícios precursores, é possível evitar que ocorra uma grande catástrofe.


Marcia Ernesto
Departamento de Geofísica,
Universidade de São Paulo
Ciências Hoje

sábado, 5 de junho de 2010

Tesouro em alto-mar


Expedição a ilha brasileira encontra peixe desconhecido pela ciência e mostra como se descobrem espécies
Por: Sofia Moutinho, Instituto Ciência Hoje/RJ.
Publicado em 01/06/2010 | Atualizado em 01/06/2010
A espécie de peixe descoberta por cientistas brasileiros (foto: João Luiz Gasparini).
Foram três dias de viagem de barco até as ilhas brasileiras mais distantes do litoral. A pouco mais de mil quilômetros da costa do Espírito Santo, no arquipélago de Trindade e Martim Vaz, uma expedição de biólogos brasileiros descobriu um tesouro. Um baú cheio de moedas de ouro? Nada disso: uma nova espécie de peixe! Colorido de verde com pintas vermelhas, ele foi batizado de Halichoeres rubrovirens, que, em latim, significa vermelho e verde.

Não foi a primeira vez que os pesquisadores viajaram até as ilhas em busca de novas espécies. O biólogo João Luiz Gasparini, integrante da equipe, conta que essa foi a sétima expedição que fez à Ilha da Trindade e que em todas descobriu ao menos um nova espécie. Será que ele tem uma sorte enorme ou há algo de especial nessa ilha?

A explicação é simples. Trindade é uma ilha isolada, que fica no meio do oceano Atlântico. Por isso, tem muita chance de abrigar espécies que nunca foram vistas pelo ser humano. “A gente já sabia que não tinha havido muitas pesquisas com peixes na ilha e, por essa razão, a probabilidade de encontrar espécies não descritas lá é alta”, conta João.
Tesouro em alto-mar 2
A Ilha da Trindade fica a mais de mil quilômetros da costa do Espírito Santo (foto: João Luiz Gasparini).

Colorido que atrai a atenção

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O colorido da espécie chamou a atenção dos biólogos (foto: João Luiz Gasparini).
O peixinho encontrado se parece com outros do mesmo gênero, mas o seu colorido foi o que chamou a atenção da equipe. “A gente já tem olho clínico para identificar quando vê uma espécie diferente e peixe com aquele padrão de cor eu nunca tinha visto”, conta João. Para desenvolver essa habilidade, é preciso conhecer bem as outras espécies já descritas. Por isso, em qualquer expedição, o biólogo leva na bagagem vários textos e catálogos sobre espécies para consulta.

Por falar em bagagem, antes de partir em viagem, o pesquisador precisa verificar se não esqueceu nenhum equipamento. Câmeras fotográficas com pilhas extras e lanternas são fundamentais para o trabalho de campo. “Qualquer biólogo tem que ter muito cuidado com o equipamento e sempre levar reservas porque se você esquece alguma coisa, ainda mais em uma ilha isolada, não vai ter nenhuma lojinha por perto para te ajudar”, explica o pesquisador.

Nos mínimos detalhes

Organizar uma expedição em busca de novas espécies não é fácil. É preciso pensar em tudo, desde a roupa adequada para levar na mala, até o lugar onde a equipe vai dormir. No caso da Ilha da Trindade, a equipe contou com o apoio da Marinha do Brasil, que tem acomodações especiais para pesquisadores. “Se não fosse a ajuda dos militares, a gente teria que alugar um veleiro e passar a noite no mar”, conta João.
Tesouro em alto-mar 4
Os biólogos da expedição precisaram fazer um treinamento de mergulho (foto: Osmar Luiz Jr.).
As dificuldades variam de acordo com o tipo de espécie que se procura. Como essa expedição foi debaixo d’água, todos os integrantes da equipe receberam treinamento de mergulho. “Para evitar acidentes, ninguém podia dar uma de super-herói e nadar mais fundo do que consegue, pois resgatar uma pessoa na ilha é difícil e perigoso”.

Da natureza para o laboratório

Depois de se aventurar na natureza em busca de uma nova espécie, os biólogos precisam verificar se ela é realmente uma novidade. Para isso, coletam amostras para descrever. A equipe de João não fez diferente: pegou alguns peixinhos e tratou com formol para estudar em laboratório.

Nessa fase do trabalho, é preciso paciência! Os biólogos tiveram que descrever em detalhes a espécie coletada. Contaram escama por escama, espinha por espinha, além de medir cada parte do corpo para comparar com outros peixes parecidos. Mas foi a análise do DNA - código encontrado em todas as células de um ser vivo e que define as suas características físicas - que comprovou que a espécie era desconhecida pela ciência.
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A espécie 'Stegastes trindadesnsis' foi descoberta em 2008 na Ilha da Trindade (foto: João Luiz Gasparini).
Viu como descobrir uma nova espécie é trabalhoso? Pois saiba que, depois de tudo isso, os cientistas ainda pegam as amostras que coletam e depositam em uma coleção científica. Ou seja, a colocam à disposição de outros estudiosos em um museu ou instituição de pesquisa. Desse modo, todos podem ter acesso às informações sobre a descoberta sem precisar de mais expedições!

Sofia Moutinho
Instituto Ciência Hoje/RJ.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Paleontologia

Quando foi encontrado o primeiro fóssil no mundo?

A descoberta de novos fósseis é comumente comemorada pela ciência. Mas desde quando se tem contato com eles? Em resposta ao leitor, Alexander Kellner conta que os primeiros registros datam dos últimos séculos antes de Cristo.
Por: Alexander Kellner
Publicado em 28/04/2010 | Atualizado em 28/04/2010
Quando foi encontrado o primeiro fóssil no mundo?
Pegadas fósseis de dinossauros em Sousa, Paraíba. Ao lado de uma pegada, vê-se um sinal da presença indígena – um círculo com uma espécie de cruz em seu interior (foto extraída de Leonardi, G., in Bonaparte, J.F. et al. Venezia-Mestre, Erizzo, 1984).
[Pergunta de Carlos Alves, por correio eletrônico]

Esta é uma pergunta interessante para a qual não se tem resposta exata. Definidos como evidências preservadas nas rochas de organismos que viveram em épocas geológicas distintas da atual (ou seja, com mais de 12 mil anos), os fósseis existem em diferentes formas, desde simples impressão de folhas, rastros de invertebrados, marcas de raízes e restos de conchas de moluscos, até ossos de dinossauros (como o Santanaraptor, encontrado no Brasil).
Devido a essa diversidade, não é fácil determinar como e quando foi encontrado o primeiro fóssil no mundo, já que ele deveria ter sido reconhecido como evidência de vida em épocas passadas e, além disso, ter sido documentado de alguma forma.
Entre os mais antigos destacam-se os dos chineses, que utilizavam ‘ossos de dragões’ na medicina 300 antes de Cristo
Entre os mais antigos registros de fósseis, destacam-se os dos chineses, que utilizavam ‘ossos de dragões’ na medicina a partir de pelo menos 300 antes de Cristo. Muitos acreditam que esses ossos fossilizados tenham pertencido a dinossauros, mas é mais provável que a maioria seja de mamíferos gigantes que viveram em diferentes pontos do planeta durante o Pleistoceno (cerca de 12 mil anos atrás).
Há também menções a ‘ossos’ ou ‘conchas de pedra’ em escrituras gregas e romanas, como os relatos do romano Quintus Sertorius em 81 a.C sobre a descoberta de um esqueleto com mais de 20 m no Marrocos.
No Brasil, é provável que os primeiros fósseis tenham sido registrados por populações indígenas que viviam na região de Sousa, na Paraíba. Vale lembrar que marcas dessas populações foram encontradas ao lado de pegadas de dinossauros. Embora provavelmente não tivessem noção do que eram fósseis, reconheceram as pegadas como pertencentes a animais que não viviam mais na região.


Alexander KellnerDepartamento de Geologia e Paleontologia,
Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro


Texto publicado na CH 269 (abril/2010)



Beijos pessoal, posto mais noticías em breve.

sábado, 20 de março de 2010

Ambiente virtual

Oi gente,
O professor Rafael Zorzan "achou" um ambiente virtual, que funciona como uma extensão da nossa sala de aula, muito melhor que o blog, pois lá posso postar provas, trabalhos, datas importantes, etc.
Mas vamos combinar o seguinte: acredito que os alunos da 15A, 16A e 17A ele irá cadastra em aula, portanto aguardem. Já os alunos de ensino médio, podem acessar por conta e fazer o cadastro, depois, na barra que fica bem em cima tem o item "buscar no pral" , aí vocês podem procurar pelo nome da nossa escola ou pelo meu
(Maria Luisa Grutzmacher), ou até pela turma ( 21A, 22A ou 23A).
Aí tem que me enviar um convite.
Qualquer dúvida, me enviem uma mensagem.
Beijos

sábado, 6 de março de 2010

Dinossauro gaúcho

  Oi gente,

segue uma reportagem  pra quem se interessa por paleontologia.

 

A nova fera do Rio Grande do Sul

Alexander Kellner antecipa sua coluna deste mês para apresentar a fantástica descoberta de uma espécie de carnívoro primitivo com 220 milhões de anos feita por pesquisadores gaúchos.
Por: Alexander Kellner
Publicado em 02/03/2010 | Atualizado em 03/03/2010
A nova fera do Rio Grande do Sul
Reconstrução da musculatura da fera ‘Trucidocynodon riograndensis’, considerada um grande predador do período Triássico (imagem: Adolfo Bittencourt).
Poucas vezes fico tão entusiasmado com uma descoberta na paleontologia. Mas essa realizada por Téo Veiga de Oliveira, juntamente com Marina Soares e Cesar Schultz, todos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e publicada na última edição da revista Zootaxa é absolutamente sensacional. A começar pelo nome da nova espécie encontrada – Trucidocynodon riograndensis –, que em tradução livre já diz tudo: o cinodonte do Rio Grande do Sul que trucidava!
Trata-se de um animal carnívoro que certamente estava no topo da cadeia alimentar
Olhando para a dentição da fera, que viveu há 220 milhões de anos, não existe muita dúvida: trata-se de um animal carnívoro que certamente estava no topo da cadeia alimentar e disputava suas presas com répteis primitivos, incluindo os primeiros dinossauros – que acabavam de fazer o seu début no planeta.
Além disso, o Trucidocynodon riograndensis foi descrito a partir de um esqueleto quase inteiro e outros quatro exemplares incompletos, o que forneceu informações inéditas sobre o restante de seu corpo e permitiu aos pesquisadores, inclusive, inferir como o animal se locomovia.
Fósseis do Trucidocynodon riograndensis
Esqueleto quase completo do 'Trucidocynodon riograndensis' encontrado em depósitos do Rio Grande do Sul (foto: Téo Veiga de Oliveira).
Todos esses dados nos dão uma noção mais concreta do aspecto assumido pelas formas basais dos cinodontes – grupo de animais carnívoros que engloba os mamíferos.

Depósitos triássicos gaúchos

Como já comentamos recentemente, a pesquisa de cinodontes primitivos no Rio Grande do Sul tem trazido um importante aporte ao conhecimento desse grupo, com informações preciosas sobre os passos evolutivos dados na direção da origem dos mamíferos.
De uma forma geral, para os estudos sobre cinodontes do Brasil, podemos destacar três importantes pacotes sedimentares formados durante o período Triássico. Eles são classificados em duas formações distintas: Santa Maria e Caturrita.
A parte inferior da Formação Santa Maria tem 230 milhões de anos e era dominada pelos dicinodontes – espécies herbívoras de grande porte que chegavam a passar dos 3 metros de comprimento e, em sua grande maioria, não tinham dentes, exceto por duas presas bem desenvolvidas. Alguns cinodontes também estão representados nesses depósitos, com destaque para a forma carnívora Chiniquodon theotonicus, descrita pelo famoso paleontólogo alemão Friedrich von Huene (1875-1969), que muito atuou no Rio Grande do Sul.
Até então, os cinodontes encontrados que viveram naquela época eram de pequeno porte
Na parte superior da Formação Santa Maria, formada há cerca de 225 milhões de anos, predominam os rincossauros – grupo de répteis primitivos herbívoros bem típicos de depósitos triássicos. Até então, os cinodontes encontrados que viveram naquela época eram de pequeno porte e considerados animais que se alimentavam de insetos ou de carniça.
Já na Formação Caturrita, que tem em torno de 220 milhões de anos, foram registrados vários cinodontes, todos comparativamente pequenos, com menos de um metro de comprimento.

Descoberta inédita

O Trucidocynodon riograndensis foi descoberto na parte superior da Formação Santa Maria, mais precisamente no município de Agudo, localizado 200 quilômetros a leste de Porto Alegre. Essa espécie tinha mais de um metro de comprimento e seu peso estimado variava de 15 a 20 kg.
Esqueleto do 'Trucidocynodon riograndensis'
Reconstrução do esqueleto completo do 'Trucidocynodon riograndensis', que chegava a ter 1,20 metros de comprimento da ponta do focinho até a cauda.
Entre suas características mais interessantes estão os dentes incisivos com serrilhas em sua margem posterior. O dente canino – o mais desenvolvido de todos – também tem as margens finamente serrilhadas. Vale destacar que esse tipo de dentição serrilhada é uma feição bem típica de dinossauros carnívoros como o Tyrannosaurus rex e o Pycnonemosaurus e comprova que o Trucidocynodon também era um animal carnívoro.
O pescoço e a região lombar da nova espécie eram compostos por 32 vértebras – um número elevado quando comparado às de outros cinodontes. Além disso, os pesquisadores concluíram que as feições presentes nos membros anteriores do Trucidocynodon indicam que o animal caminhava apoiado nos dedos das patas anteriores, traço bem típico dos mamíferos (e ausente em cinodontes mais basais). Essa característica sugere que a nova fera era bastante ágil e possivelmente veloz.
Tomando por base as características dos dentes (além de outras feições do crânio) e do corpo do Trucidocynodon, os cientistas estabeleceram que ele foi um predador feroz. Qual teria sido o seu alimento? Possivelmente outros cinodontes menores, mas também rincossauros (abundantes naquele depósito) e, quem sabe, até filhotes de dinossauros.
Crânio e mandíbula de Trucidocynodon riograndensis
Crânio e mandíbula da nova espécie de cinodonte encontrada no Brasil. A dentição revela um animal carnívoro (foto: Téo Veiga de Oliveira).

Parente próximo na Argentina

Téo e colaboradores também procuraram estabelecer as relações de parentesco do Trucidocynodon e concluíram que a forma brasileira está relacionada à espécie Ecteninion lunensis, de menor porte, encontrada na Formação Ischigualasto, da Argentina. Os dois animais têm dentição similar, entre outros traços em comum, e podem representar um novo grupo de cinodontes carnívoros.
A forma brasileira está relacionada à espécie Ecteninion lunensis, de menor porte, encontrada na Argentina
Os estudos desses e de outros fósseis encontrados nos depósitos triássicos do Brasil e da Argentina indicam uma acentuada mudança ambiental ocorrida no início do Triássico Superior. Mais especificamente, entre 227 e 220 milhões de anos atrás, as condições mais áridas deram lugar a um ambiente mais úmido.
Nesse cenário, partindo do princípio de que essas mudanças ambientais afetaram o Brasil e a Argentina ao mesmo tempo, o Trucidocynodon teria se desenvolvido em um ambiente mais úmido do que seu parente mais próximo, o Ectininion. Levando em conta que a Formação Ischigualasto tem cerca de 230 milhões de anos, não há como deixar de especular se as formas argentinas em algum momento teriam dispersado para o Brasil, incluindo os ancestrais do Trucidocynodon riograndensis.
Apesar de ser um trabalho complicado e que envolve um grande grau de incerteza, é a comparação de faunas (e floras) que permite aos pesquisadores tentar detalhar com um pouco mais de precisão as mudanças ocorridas no nosso planeta durante o período Triássico. Assim como as que ocorrem atualmente, essas mudanças afetaram os ecossistemas terrestres e influenciaram a evolução das espécies animais e vegetais.

Alexander Kellner
Museu Nacional/ UFRJ
Academia Brasileira de Ciências

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Já está disponível

É pessoal, como eu falei no outro post, o trabalho já começou e no banner acima já está disponível as normas para trabalharmos no laboratório.
Beijos

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Saudades

Apesar de ter a nítida impressão de que só vão olhar esse post daqui a uma semana (quando começarem as aulas), tive vontade de escrever pra vocês saberem que mesmo no restinho das férias eu já estou trabalhando muuiito.
São preparações dos planos de trabalho, pesquisas e muita saudade.
Assim como muitos de vocês, eu também fico ansiosa pra rever os amigos  (colegas e alunos), saber quem entrou na escola, etc.
Adoro comprar o material novo...aquele  caderno novinho...(lógico que já comprei tudo)
Esse ano vou estar mais online do que nunca, vai ter o blog, o twitter e o msn. Então se preparem pra não ter desculpas do tipo "não sabia as páginas do tema" ou "fiquei na dúvida nessa questão", é só mandar um comentário ou uma "chamada" no msn. Ah, também tem o email.
Estamos combinados, dia 22, cedinho, estaremos nos falando e matando essa saudade.
Beijos