sábado, 11 de setembro de 2010

Segundo caso de raiva humana é confirmado no Ceará


 Homem foi atacado por uma cadela que nunca havia sido vacinada     Foi confirmado o segundo caso do ano de raiva humana no país. No Ceará, um homem de 26 anos foi mordido pela cadela que criava em casa e nunca havia sido vacinada contra a doença. Em junho, no Rio Grande do Norte, outra pessoa contaminada morreu após ser atacada por um morcego infectado. Na última década, o Ministério da Saúde registrou 575 casos de raiva humana, que é transmitida principalmente por morcegos, cães e gatos. Até hoje, apenas uma pessoa do país sobreviveu à enfermidade. Desde Abril, 17 estados e o Distrito Federal estão em campanha para a vacinação antirrábica de cães e gatos.
    Graças às ações de prevenção, nos últimos 10 anos, os casos de raiva humana diminuem de forma gradativa. Em 1990, 73 pessoas morreram em decorrência da doença. No ano passado, apenas duas foram contaminadas e não resistiram aos sintomas. Mais de 80% dos casos contabilizados nesse período concentram-se no Norte e Nordeste do país. Por esse motivo, o Ministério da Saúde realiza duas campanhas de vacinação antirrábica por ano nessas regiões.
    O caso mais recente de raiva humana foi registrado no litoral oeste do Ceará, no município de Chaval. Em agosto, um homem foi mordido por uma cadela criada por ele em casa. Após apresentar os primeiros sintomas — febre, agitação psicomotora, excesso de saliva e aerofobia —, o paciente foi internado no Hospital São José. Depois da confirmação do diagnóstico, a equipe do hospital iniciou um tratamento inspirado em procedimentos anteriores que surtiram efeito.
    A raiva é uma doença infecciosa que atinge todos os mamíferos, inclusive o homem. É transmitida quando o vírus presente na saliva do animal infectado penetra no organismo da pessoa sadia, geralmente por meio de mordida, arranhão ou lambida em região lesionada. Os primeiros sintomas da doença nos animais estão associados a mudanças de comportamento — medo sem motivo aparente, inquietação, agressividade e hiperatividade ou melancolia, e sonolência exagerada. No segundo estágio, destacam-se os sintomas relacionados à paralisia da laringe e da faringe — salivação abundante e queixo caído. Os animais que apresentam essas características devem ser isolados e atendidos por funcionários do Centro de Controle de Zoonoses ou da Secretaria de Saúde. A pessoa que é atacada por qualquer animal com sintomas de raiva deve lavar o local da ferida imediatamente com água e sabão, e procurar um profissional de saúde para a indicação de profilaxia antirrábica.
Notificação
    O principal responsável pela disseminação da doença é o morcego, cuja presença deve ser notificada aos órgãos de saúde e de agricultura, responsáveis pelo controle e pela prevenção de zoonoses. "A forma mais eficiente de evitar o contágio da doença em humanos é por meio da vacinação de cães e gatos", explica o especialista em infectologia do Hospital Regional da Asa Sul Bruno Vaz. Em 2009, mais de 23 milhões de animais foram imunizados. Segundo o Ministério de Saúde, a campanha deste ano teve início em junho e cerca de 1,3 milhão de cães e gatos foram vacinados até o último dia 4.
    Devido à morte de sete animais após sofrerem reação grave à vacina, a Secretaria de Saúde de São Paulo suspendeu a campanha no estado. O Ministério investiga outros 72 casos de reações fortes à medicação. Mesmo se confirmados, a taxa de letalidade será considerada baixa — 0,009% em gatos e 0,003% em cães.


Fonte: Correio Braziliense