Vestibular


Veja como a média harmônica influencia na aprovação para a UFRGS
Concurso visa a selecionar candidatos com escores regulares mesmo nas disciplinas de menor peso

No próximo dia 13 de janeiro, milhares de candidatos começam a enfrentar um dos mais concorridos vestibulares do sul do país. A disputa por uma vaga na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) depende de dedicação e muitas horas de estudo. Mas também é importante conhecer as regras do jogo, como são calculadas as médias que podem garantir o nome no listão.
A opção da universidade pela utilização da média harmônica valoriza o aluno que tem um desempenho uniforme, ou seja, que apresenta aproveitamento semelhante em todas as disciplinas.
— Não adianta se sair muito bem no geral e muito mal em uma matéria. A média harmônica vai se aproximar dessa nota mais baixa. O pessoal de Biologia não roda na prova de química, roda na de literatura — exemplifica o professor de Matemática do Unificado Regis Gonzaga. — Além disso, não importa somente a minha nota, mas também a dos outros.
Para o professor Gustavo Reis, a média harmônica não perdoa deslizes:
— O efeito dos piores desempenhos é potencializado pela média harmônica. Portanto, os beneficiados são os candidatos cujos escores variam pouco.
O aluno deve priorizar as matérias de maior peso para o seu curso?
Sair-se mal em uma ou duas provas de maior peso tem uma consequência ruim no desempenho final do estudante. No entanto, como a média é ponderada e harmônica, a indicação é de que os alunos não deixem nenhuma matéria de lado durante uma preparação mais extensa. Isso porque a média harmônica privilegia quem tem escores uniformes, e não os alunos que são excelentes em uma disciplina e têm desempenho fraco em outra. Perto da prova, é recomendável revisar com atenção as matérias com peso maior para garantir uma boa nota.
Considerando o desvio padrão, é melhor uma prova difícil ou uma prova fácil?
O ideal é uma prova de nível médio, capaz de identificar quem realmente sabe o conteúdo. Uma prova fácil normalmente resulta em um aumento tanto na média quanto no desvio padrão, o que torna difícil o alcance de um escore padronizado alto. Isso já ocorreu, diversas vezes, na prova de inglês. Mesmo candidatos que gabaritam a prova, nessas condições, não conseguem obter pontuações expressivas. Em contrapartida, em uma prova muito difícil, é possível, teoricamente, obter muitos pontos, mas essa tarefa se torna mais complicada justamente pelo nível de dificuldade da prova.
O número de candidatos por vaga indica a dificuldade de ser aprovado em um determinado curso?
Não. Uma densidade pode ser alta tanto em função de um número grande de candidatos quanto por um número pequeno de vagas — ou, eventualmente, pelas duas razões. Embora seja possível estabelecer uma correlação positiva entre densidade e exigência, o indicador mais confiável é a nota do último aluno aprovado no curso no ano anterior. Quanto mais alto for o escore do último aprovado, mais difícil é o ingresso no curso escolhido, pois o candidato tem de alcançar uma nota alta ao final do processo.
Sair-se muito bem em uma matéria de peso 1 faz diferença na aprovação?
Faz. Porém, a maior diferença ocorre se o aluno tem um péssimo desempenho em qualquer disciplina, inclusive as de peso 1, pois o impacto das notas baixas é sempre potencializado pela utilização da média harmônica.
Vale a pena usar a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)?
Vale, principalmente nos cursos mais concorridos. A estratégia da UFRGS para incorporação da nota do Enem a converte em um benefício, o que significa que a opção por utilizá-la sempre se traduz em um aumento no argumento de concorrência. Em média, os estudantes adicionam de 18 a 20 pontos na nota final da UFRGS com o Enem. Em Medicina, por exemplo, estima-se que, a cada ponto próximo do corte, haja entre 10 e 20 candidatos quase que empatados. Por isso, apenas nos 20 pontos que sucedem o argumento de concorrência do último admitido, é possível haver entre 200 e 400 candidatos.
Fonte: ZERO HORA

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